Pergunto-me incessantemente, pergunto-me
sem me dar descanso.
Responde-me ele...
Como o descrever?
Em minha vida, ele tem sido...
palavras que eu não sei dizer...
O Silêncio
Sempre ele, só ele... solene, contundente...
O tempo vaga... em confusos sentimentos
que meu coração tenta entender...
Desses que subtraem a paz
e somam os tormentos...
Busco encontrar de alguma forma a cura...
Mas o que deveria ser efêmero... assim perdura...
O Silêncio...
Senhor, esse sofrimento tem razão de ser?
E o Silêncio...? Até quando vai me responder?
Responde-me novamente ele...
Como sempre... vagatônico, mas insistente...
Em minha vida já tão imanente...
O Silêncio...
Será que terei respostas um dia?
E mais uma vez.... eu o ouço nas horas frias.
Então, como ele, silenciei-me por inteiro...
e lhe fiz companhia.
O Silêncio...
Em minha mente passam vagarosamente
pensamentos de versos... do Livro Encantado...
“Clama a mim e responder-te-ei.
Mostrar-te-ei coisas grandes e ocultas que não sabes.”
Compreendo... O Senhor é muito educado...
Ele me espera calar para começar a falar...
Mas às vezes, responde-me... questionando...
É um grande amigo.
E também não é de seu feitio se fazer intruso.
Por isso, sempre bate à porta
e pede para entrar...
“Eis que estou à porta e bato.
Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta,
entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo”.
É isso que vamos fazer agora...
Eu e o Silêncio... Só eu e ele...
Então... ouvimos uma voz.... e abrimos a porta...
O Senhor... está há muito tempo... aí fora?