CORAÇÃO ALADO
Ah... coração alado...
Quisera eu que batesse direitinho...
Compassado... ritmado... afinado...
Como tantos outros
Que encontro pelo caminho...
Mas bate assim...
Sem harmonia, sem sintonia, sem alegria...
Compondo sempre tristemente uma poesia.
Ah... coração alado...
Voa leve na canção
Leve como um papel
Feito pipa que baila
Na imensidão azul do céu...
Ah... coração alado...
Voa solto na canção
Nos limites dos sonhos
procurando no vento
O caminho de volta à razão...
Ah... coração alado...
Voa livre na canção
Embora aprisionado nas lembranças
Carregando consigo uma trouxinha
Muito cheia de esperanças...
Ah... coração alado...
Voa vadio na canção
Tentando se achar um dia
Em algum sonho real
E matar toda, toda essa paixão...
E vai cantando por aí... batendo...
Sem ar... suspirando...
Ofegante... cansado...
Morro de pena dele...
Pois vive penando...
E na canção segue voando...
Descompassado...
Desritmado...
Tão... desafinado...
Mas ele ainda ba... ba... ... ba... ... ... ba... te...
Ai... pobre coitado...
Do meu triste coração alado...